Presentación de
reflexiones sobre los
procesos de
estructuración territorial
de la ciudad
Presentation of
reflections about
processes of the
territorial structure
in the city
Processo esmagador de renovação urbana
Pequim, capital da República Popular Chinesa, é o centro político, econômico e cultural do país. Conforma uma unidade administrativa municipal que depende diretamente do governo central chinês. Ocupa uma superfície de 17 mil km2 e abriga uma população de 20 milhões de habitantes. E é ainda, um dos centros ferroviários e de transporte aéreo internacional mais importante. Está localizada ao norte do país, a 150 km do mar de Bohai, por meio do qual se conecta com o oceano Pacífico. Tem sob sua jurisdição direta 13 distritos urbanos e 5 distritos
suburbanos.
Pequim, tal como outras grandes cidades chinesas, apresenta um cenário urbano caracterizado por um complexo de arranha-céus rodeados por amplos lotes vazios, blocos de apartamento junto de residências tradicionais com pátio ou grandes centros comerciais entre blocos de favelas. Cada tipologia atende a diferentes necessidades em uma cidade onde ainda é possível observar a convivência de um tipo de vida muito tradicional com a rápida incorporação de novos e estranhos modelos importados dos
Estados Unidos e Europa.
Dentro da paisagem da cidade, identificam-se três estilos: a arquitetura imperial chinesa, por um lado; por outro, uma arquitetura denominada sino-soviética, utilizada feita nos anos 50 e 60, caracterizada por sua forma cúbica, funcionalista e de materiais baratos; e finalmente, a arquitetura contemporânea, que se apresenta no Distrito Central de Negócios.
A arquitetura da época imperial se encontra no núcleo histórico e seu exemplo mais representativo é o complexo conhecido como a Cidade Proibida, no centro da cidade. Por sua vez, os templos são edifícios
de vários pavimentos, terraços, pavilhões,
galerias com janelas, são estruturas
arquitetônicas que se encontram
no núcleo histórico.
Ao redor da Cidade Proibida, os conjuntos residenciais mais tradicionais se estruturam na tipologia de casas auto-construtivas em torno de um pátio central, denominados hutongs, como resultado do tecido social e urbano. Quanto à mobilidade de seus habitantes, os hutongs não foram pensados para os carros mas sim para bicicletas, triciclos, mini-vans e pedestres.
Na verdade, a pouca largura de suas travessias e a falta de calçadas fazem de suas ruas uma plataforma única onde as pessoas se movem livremente, comem, jogam, trabalham e interagem. A morfologia urbana condiciona um sistema de mobilidade que se ajusta aos mais avançados princípios de sustentabilidade, oferecendo uma ampla sensação de espaço
público singular e atrativo.
Os hutongs são um modelo de cidade semi-compacta, onde a mistura de usos forma uma sólida rede social. As residências, serviços e pequenos comércios, criam um campo de interação intimamente relacionado com sua morfologia. Conseqüentemente, o reduzido aproveitamento do solo, o sistema de transporte diferente, a relação natural com a paisagem, a rede de negócios, estabelecimentos e restaurantes constituem um sistema que alimenta as necessidades diárias dos residentes e forma elementos complexos de coesão social, relações e criatividade.
A arquitetura que surge da assistência e cooperação sino-soviética durante os anos 50 (antes da ruptura das relações entre ambos os países por questões políticas, ideológicas e limítrofes), possui características semelhantes aos complexos de habitação coletivos: grandes estruturas modernistas abrigadas em um monometalismo do comunismo
soviético.
Esta expressão espacial reconhecida se transformou em um dos elementos básicos do sistema chinês de organização coletiva, conhecido como danwei. Este termo faz alusão a unidade de trabalho que dividiu e que foi instituída nas empresas cooperativas e dependentes do novo estado comunista. Os membros e famílias atribuídos ao danwei vivem e trabalham de maneira comum, praticando uma atividade similar. Esta prática de engenharia social resulta em um processo de homogeneização em que o danwei se assimila ao bairro como seu correlato espacial.
Desta maneira, a territorialização do danwei determina a concepção de um espaço onde se integram o trabalho, a residência e os serviços sociais prestados pelo Estado nesse lugar. Assim, observa-se a importância do modelo de micro-distrito soviético, definidos como super-quadras de habitações coletivas, onde todas as atividades comuns da população podem acontecer em uma área acessível. O danwei, portanto, se organiza como uma espécie de bairro integrado, dando
serviço a uma população entre 5 mil a
15 mil habitantes.
Em 1978, 95% da população chinesa pertenciam de alguma maneira a um danwei específico. Devido a eles, até os dias de hoje, a população chinesa deve estar inscrita em uma comuna determinada, essas aglomerações em que a propriedade foi realizada coletivamente na implantação do regime maoísta. Este sistema de registro pessoal e familiar ligado
ao danwei, a zona de moradia e trabalho, é
conhecido como hukou.
Estabelecido nos anos 50 do século passado, este sistema impôs uma limitação muito restrita à mobilidade dos cidadãos, definindo duas categorias principais, a rural e a urbana. O registro hukou foi uma ferramenta de controle das migrações para aqueles que se mudavam sem permissão. Sem a cédula de
identificação que outorga o hukou é muito difícil utilizar os serviços essenciais, como
os vales de racionamento para a compra de comida. O trabalho, a educação, o
matrimônio etc. dependiam, até pouco
tempo, deste tipo de controle
da residência.
Por isto, o hukou vem gerando, com o passar dos anos, uma situação de segregação e discriminação de fato, que sofrem aqueles milhões de pessoas que migraram para as cidades e não podem obter legalmente uma certificação oficial como residentes urbanos. Isto impede o acesso a habitações convencionais, obter serviços sanitários públicos e conseguir educação coletiva para os filhos. Apesar disso, milhões de campesinos chineses vivem de maneira quase permanente na cidade como resultado de um desenvolvimento industrial e
comercial impressionante.
A pressão de emigração das cidades responde a razões diversas, mas no caso chinês se deve ao sistema de partido único que foi incapaz de eliminar as diferenças entre o campo e as cidades e de alguma maneira estimulou indiretamente. Os residentes inscritos em um hukou nas regiões urbanizadas têm melhor acesso aos serviços do Estado e têm a possibilidade de conseguir trabalhos com melhor remuneração. Além disso,
as fortes necessidades de mão-de-obra barata
nos densos conglomerados produtivos
costeiros têm sido um forte fator
de atração para habitantes do
interior do continente.
Por ocasião de sua condição de sede dos Jogos Olímpicos de 2008, Pequim atravessou um período de extraordinária transformação urbana. Com um plano de modernização e grandes intervenções urbanas, a cidade renovou uma significativa parte da sua fisionomia edilícia para converter setores deteriorados e fornecer soluções a crescentes problemas sociais e ambientais derivados da expansão urbana.
Este processo se materializou na construção de um sistema de anéis de desvios, rodovias e estradas que permitiria conectar o extenso território da capital, como também se traduziu em um processo de renovação urbana em setores históricos. Este último significou a demolição de quadras tradicionais cortadas por ruas estreitas – os hutongs – que constituíam sítios de relevância histórica para a cidade. Hoje as autoridades adotaram a política de preservar e restaurar certo número destas quadras, com a finalidade de conservar a memória arquitetônica do tecido
urbano central.
Conseqüentemente, o presente cenário urbano de Pequim pode se caracterizar como de grandes contrastes, onde o palimpsesto das épocas passadas presenciou o avanço do desenvolvimento de uma renovação urbana que se faz necessária frente às exigências funcionais da capital de um país com acelerada urbanização e crescente liderança mundial.
Nas últimas décadas, diversos projetos se materializaram na cidade, como uma das conseqüências visíveis do processo de abertura econômica do país, as grandes intervenções estrangeiras, mas também dos grandes projetos do governo popular para direcionar o crescimento demográfico e de rápida
urbanização de forma planificada com
soluções integrais.
Além disso, o crescimento econômico sem igual tem como um dos seus sinais mais perceptíveis a expansão do parque automotivo, que levou à modernização do sistema viário com a construção de vias de escala metropolitana. Isto permitiu que a expansão urbana da cidade para além de seus anéis viários
sobre o solo suburbano.
A cidade segue expandindo de forma difusa, apesar do sistema de planejamento chinês apostar na formação de sistemas hierárquicos de cidades satélites (com uma cidade central e outras menores que capturem o crescimento demográfico e que realoquem a população deslocada pelos programas de decréscimo populacional e renovação urbana da área central) em uma superfície menor de maior densidade.
Este princípio inspirado no modelo inglês de New Towns foi uma constante nos sucessivos planos qüinqüenais desenvolvidos. No entanto, a decisão do governo central chinês de apostar na urbanização como seguinte passo de modernização do país (depois do cansativo, porém bem sucedido, esforço de industrialização), permite avaliar a continuidade do fenômeno de expansão da mancha urbana graças à migração campo-cidade. À luz destes fatos e perspectivas, se faz evidente a dificuldade que as autoridades chinesas têm para dar uma resposta efetiva a estes problemas, antes que se agrave a tensão social criada
no avanço do solo urbano
em terras rurais.
O Distrito Central de Negócios (CBD) ocupa atualmente uma superfície de 4 km2, situado no lado oriental da cidade, entre o terceiro e o quarto anel. O plano de desenvolvimento estratégico da área foi lançado em 2008 e, desde então, foi acelerado o seu crescimento, com 117 empresas estabelecidas ali, cobrindo áreas de finanças, mídias, de tecnologia da informação, consultoria e indústria
de serviços.
Mais de 60% das empresas de capital estrangeiro em Pequim estão no CBD, junto com a maioria das embaixadas estrangeiras. O Comitê de Administração do CBD, responsável pelo seu planejamento e condução, tem por objetivo facilitar o investimento e melhorar o ambiente de trabalho para os profissionais. Assim, o Comitê fornece informação aos investidores sobre legislação, impostos e políticas públicas.
Diretamente relacionada com o aproveitamento do solo e a morfologia da cidade, a densidade é um fator chave para compreender o contraste entra a cidade histórica e os novos modelos. O coração de Pequim tem uma densidade populacional menor que muitas áreas metropolitanas européias. Ainda assim, os novos empreendimentos residenciais duplicam os atuais coeficientes de aproveitamento que existem
em outras cidades mundiais.
A densidade dos hutongs faz possível uma forma de vida repleta de interação social e ambiental. Abordagens recentes sobre esta questão de densificação nas cidades chinesas pensaram como aumentar a densidade mantendo este fator de qualidade de vida e se é viável um modelo de cidade onde a rentabilidade do solo não comprometa a diversidade da trama social que ali se estrutura.
Estas considerações se tornam o plano de desenvolvimento urbano para Pequim que enfatizam um processo de decréscimo populacional da área central sob o guarda-chuva da renovação urbana da mesma e o tratamento dos efeitos crescentes da contaminação atmosférica por gases resultantes da combustão incompleta de automóveis e outros processos.
É aqui onde os projetos de novas cidades satélites tomam sentido como elementos de absorção do relocamento das famílias que saíram do centro. A suplantação do tecido edilício dos bairros tradicionais por edifícios em torre e liberando o solo para concretizar junto a amplos espaços verdes públicos é a grande operação que torna visível as ativas
transformações urbanas.
Quanto ao centro histórico, o plano dispõe a proteção da trama urbana da cidade antiga, a cidade imperial, o eixo tradicional da cidade, a rede de circulação das dinastias Qing e Ming, ao antigo sistema histórico de rios e lagos, até a trama em forma de
um tabuleiro e as edificações de
pátios quadrados.
Com um critério de planejamento em cascata, mediante planos qüinqüenais nacionais, os planos de jurisdições menores se ajustam aos objetivos, estratégias e estruturas determinadas em nível superior de governo. Desta maneira, Pequim consegue alcançar uma continuidade entre todos eles, apesar das
revisões efetuadas, as que permitem fazer
correções a tempo de inverter as
tendências negativas.
© Guillermo Tella & Martín MuñózEm: Tella, Guillermo e Muñóz, Martín. (2013), “Perspectivas sobre Pequim: processo esmagador de renovação urbana”. Em: ArchDaily Brazil (março 17).
Arrollador proceso de renovación urbana
Pekín, capital de la República Popular China, es el centro político, económico y cultural del país. Conforma una unidad administrativa municipal que depende directamente del gobierno central chino. Ocupa una superficie de 17 mil km2 y alberga a una población de 20 millones de habitantes. Y es, además, uno de los centros ferroviarios y de transporte aéreo internacional más importantes. Se encuentra localizada en el norte del país, a 150 kilómetros del mar de Bohai, por medio del cual se conecta con el océano Pacífico. Tiene bajo su jurisdicción directa a 13 distritos urbanos
y 5 distritos suburbanos.
Pekín -al igual que otras grandes ciudades chinas- presenta un escenario urbano caracterizado por un complejo de rascacielos rodeado de amplios solares vacíos, bloques de departamentos junto a viviendas tradicionales con patio, o grandes centros comerciales entre barrios de viviendas tugurizadas. Cada tipología satisface diferentes necesidades en una ciudad donde aún es posible observar la convivencia de un tipo de vida muy tradicional con la rápida incorporación de nuevos y extraños modelos importados de
Estados Unidos y Europa.
Dentro del paisaje de la ciudad, se identifican tres estilos: la arquitectura tradicional imperial china, por un lado; por otro, una arquitectura denominada sino-soviético, utilizada en los años 50 y 60 y caracterizada por su forma cúbica, funcionalista y de materiales baratos; y, finalmente, la arquitectura contemporánea, que se presenta en el Distrito Central de Negocios.
La arquitectura de la época imperial se encuentra en el núcleo histórico, y su ejemplo más representativo es el complejo conocido como la Ciudad Prohibida, en el centro de la ciudad. A su vez, los templos (bajo la tipología de pagodas) son edificios de varias plantas, terrazas, pabellones, galerías con ventanas, son estructuras arquitectónicas que pueden encontrarse
en el núcleo histórico.
En torno a la Ciudad Prohibida, los macizos de viviendas más tradicionales se estructuran bajo la tipología de casas autoconstruidas en torno a un patio central, denominados hutong, como resultado del tejido social y urbano. En cuanto a la movilidad de sus habitantes, los hutong no están pensados para los coches sino para bicicletas, triciclos, mini-furgonetas y peatones.
En verdad, la estrechez de sus travesías y la falta de aceras hacen de sus calles una plataforma única donde moverse libremente, comer, jugar, trabajar e interactuar. La morfología urbana condiciona un sistema de movilidad que ajustándose a los más avanzados principios de sostenibilidad, ofrece una amplia sensación de espacio público
singular y atractivo.
Los hutong son un modelo de ciudad semi-compacta donde la mezcla de usos forma una sólida red social. Las viviendas, servicios y pequeños comercios crean un campo de interacción íntimamente relacionado con su morfología. Consecuentemente, el reducido aprovechamiento del suelo, el diverso sistema de transporte, la relación natural con el paisaje y la red de negocios, establecimientos y restaurantes constituye un sistema que alimenta las necesidades diarias de los residentes y forma elementos complejos de cohesión social, relaciones y creatividad.
La arquitectura surgida de la asistencia y cooperación sino-soviética durante la década del cincuenta (antes de la ruptura de relaciones entre ambos países por cuestiones político-ideológicas y limítrofes), se aprecia claramente en las características en los complejos de viviendas colectivas: grandes estructuras modernistas abrigadas en el monumentalismo del
comunismo soviético.
Esta expresión espacial reconocía su trasfondo en uno de los elementos básicos del sistema chino de organización colectiva, conocido como danwei. Este término hace alusión a la unidad de trabajo en las que se dividieron e instituyeron las empresas cooperativas y dependientes del nuevo estado comunista. Los miembros y familias asignados al danwei viven y trabajan de una manera comunal, practicando una actividad similar. Esta práctica de ingeniería social conlleva a un proceso de homogenización por la cual el danwei se termina asimilando al barrio como su correlato espacial.
De esta manera, la territorialización del danwei determina la concepción de un espacio donde se integran el trabajo, la residencia y los servicios sociales brindados por el Estado en ese lugar. Así, se observa la importación del modelo del microdistrito soviético, definidos como superbloques de viviendas colectivas en las que todas las actividades comunes de la población pueden realizarse en un área accesible. El danwei, por ende, se organiza como un recinto a la manera de barrio integrado, dando servicio a una población
entre 5 mil y 15 mil habitantes.
Hacia 1978, el 95% de la población china pertenecía de una manera u otra a un danwei específico. Debido a ello, hasta el día de hoy, la población china debe estar inscrita en una comuna concreta, esas aglomeraciones en las que la propiedad ha sido ostentada colectivamente a partir de la implantación del régimen maoísta. Este sistema de registro personal y familiar ligado al danwei, la zona de residencia y trabajo,
es conocido como hukou.
Establecido en los años 50 del siglo pasado, supuso una limitación muy estricta de la movilidad de los ciudadanos, definiendo dos categorías principales, la rural y la urbana. El registro hukou ha sido una herramienta para el control de las migraciones al carecer de derechos aquel que se desplaza a otro sitio sin el permiso correspondiente. Sin la cédula de identificación que otorga el hukou es muy difícil acceder a servicios esenciales, como los vales de racionamiento para la compra de comida. El empleo, la educación, el matrimonio, etc. han dependido hasta fechas muy recientes de la categoría otorgada por esa forma de control de la residencia.
Por ello, el hukou ha generado con el paso de los años una situación de segregación y discriminación de facto, que sufren aquellos millones de personas que han emigrado a las ciudades y no pueden obtener legalmente una certificación oficial como residentes urbanos. Ello les impide acceder a viviendas convencionales, obtener servicios sanitarios públicos y lograr educación colectiva para los hijos. A pesar de ello, millones de campesinos chinos viven de manera casi permanente en la ciudad como resultado de un desarrollo industrial y comercial impresionante.
La presión para emigrar a las ciudades responde a razones diversas, pero en el caso chino se debe a que el sistema de partido único ha sido incapaz de eliminar las diferencias entre el campo y las ciudades y de alguna manera se ha estimulado indirectamente. Los residentes inscriptos en el hukou en las regiones urbanizadas acceden a mejores servicios del estado y tienen la posibilidad de conseguir trabajos mejor remunerados. Es más, las fuertes necesidades de mano de obra barata en los densos conglomerados productivos de la costa han supuesto un factor de atracción potentísimo para los habitantes de las regiones situadas más hacia el interior del continente.
Con motivo de su condición de sede de los Juegos Olímpicos de 2008, Pekín atravesó un período de extraordinaria transformación urbana. Con un plan de modernización y grandes inversiones públicas, la ciudad renovó una significativa parte de su fisonomía edilicia para reconvertir sectores deteriorados así como brindar al mismo tiempo soluciones a crecientes problemas socio-ambientales derivados de la expansión urbana.
Este pro ceso se materializó en la construcción de un sistema de anillos de circunvalación, autopistas y carreteras que permitiera conectar el extenso territorio de la capital, como también se tradujo en un proceso de renovación urbana en sectores del casco histórico. Esto último significó la demolición de las tradicionales manzanas surcadas por estrechas callejuelas -los hutongs-, que constituían sitios de relevancia histórica para la ciudad. Hoy las autoridades han adoptado la política de preservar y restaurar cierto número de estas manzanas con el fin de conservar la memoria arquitectónica del tejido urbano central.
Consecuentemente, el presente escenario urbano de Pekín puede caracterizarse como de grandes contrastes, en donde el palimpsesto de las épocas pasadas presencia el avance arrollador de una renovación urbana que se hace necesaria frente a las exigencias funcionales de la capital de un país de acelerada urbanización y creciente liderazgo mundial.
En las últimas décadas diversos proyectos se han materializado en la ciudad -como una de las consecuencias visibles del proceso de apertura económica del país- a las grandes inversiones extranjeras, pero también de los grandes proyectos del gobierno popular para direccionar el crecimiento demográfico y de rápida urbanización de forma planificada con soluciones integrales.
Además, el crecimiento económico sin igual ha tenido uno de sus signos más perceptibles en la expansión del parque automotor, que ha llevado a la modernización del sistema vial con la construcción de autopistas de escala metropolitana. Esto ha permitido la expansión de la ciudad más allá de sus anillos viales
sobre suelo suburbano.
La ciudad se sigue expandiendo en forma difusa, a pesar del sistema de planificación chino que aboga por la formación de sistemas jerarquizado de ciudades satélites (con una ciudad central y otras menores que capturen el incremento demográfico y que relocalicen población desplazada por los programas de des-densificación y renovación urbana del área central) en una superficie menor de mayor densidad.
Este principio inspirado en el modelo de New Towns inglés, ha sido una constante en los sucesivos planes quinquenales elaborados. No obstante, la decisión del gobierno central chino de apostar a la urbanización como siguiente paso de modernización del país (luego del extenuante pero exitoso esfuerzo de industrialización), permite avizorar la continuidad del fenómeno de expansión de la mancha urbana merced a la migración campo-ciudad. A la luz de estos hechos y prospectivas, se hace evidente la dificultad que las autoridades chinas tienen para dar una respuesta efectiva a estos problemas, antes que se agrave la tensión social creada el avance del suelo
urbano en tierra rurales.
El Distrito Central de Negocios (CBD) ocupa actualmente una superficie de 4 km2, situado en el lado oriental de la ciudad, entre el tercer y cuarto anillo de circunvalación. El plan de desarrollo estratégico del área fue lanzado en 2008 y desde entonces se ha acelerado su crecimiento, con 117 empresas establecidas allí desde entonces, abarcando rubros financiero, de medios, de tecnología de la información,
consultoría e industrias de servicios.
Más del 60% de las empresas de capital extranjero en Pekín se localizan en el CBD, junto con la mayoría de las embajadas extranjeras. El Comité de Administración del CBD está a cargo de su planeamiento y conducción, y tiene por objetivo facilitar las inversiones y mejorar el ambiente de trabajo para los profesionales. Así, el Comité provee información a inversores sobre legislación, impuestos, políticas públicas.
Directamente relacionada con el aprovechamiento del suelo y la morfología de la ciudad, la densidad es un factor clave para comprender el contraste entre la ciudad histórica y los nuevos modelos. El corazón de Pekín tiene una densidad de población menor que muchas de las áreas metropolitanas europeas. Sin embargo, los nuevos desarrollos residenciales duplican a los actuales niveles de edificabilidad máximos que existen en otras ciudades a nivel mundial.
La densidad de los hutong hace posible una forma de vida repleta de interacción social y ambiental. Enfoques recientes sobre esta cuestión de la densificación en ciudades chinas se plantean cómo incrementar la densidad manteniendo este factor de calidad de vida y si es viable un modelo de ciudad donde la rentabilidad del suelo no comprometa a la diversidad del entramado social que allí se estructura.
Estas consideraciones devienen del plan de desarrollo urbano para Pekín que enfatizan un proceso de des-densificación del área central bajo el paraguas de la renovación urbana de la misma y el tratamiento de los efectos crecientes de la contaminación atmosférica por los gases resultantes de la combustión incompleta de automóviles y otros procesos.
Es aquí donde los proyectos de nuevas ciudades satélites cobran sentido como elementos de absorción de esta relocalización de las familias desplazadas del centro. La suplantación del tejido edilicio de los barrios tradicionales por edificios en torre y liberando suelo para concretarlos junto con amplios espacios verdes públicos es la gran operación que visibiliza las activas transformaciones urbanas.
En cuanto al centro histórico, el plan dispone la protección de la trama urbana de la ciudad antigua, a la ciudad imperial, al eje tradicional de la ciudad, a la red de circunvalación de las dinastías Qing y Ming, al antiguo sistema histórico de ríos y lagos, a la trama en forma de damero y a las edificaciones
de patios cuadrados.
Con un criterio de planificación en cascada, mediante planes quinquenales nacionales, los planes de las jurisdicciones menores se ajustan a objetivos, estrategias y marcos determinados en el nivel superior de gobierno. De esta manera, Pekín logra alcanzar una continuidad entre todos ellos a pesar de las revisiones efectuadas, las que permiten sin embargo efectuar las adecuadas correcciones a tiempo a fin de revertir tendencias negativas.
© Guillermo Tella & Martín MuñózEn: Tella, Guillermo y Muñóz, Martín. (2013), “Miradas sobre Pekín: Arrollador proceso de renovación urbana”. Santiago (Chile): Revista Digital Plataforma Urbana (febrero 27).